O site http://ultimosegundo.ig.com.br/ traz reportagem sobre a Plataforma Currículo +, que oferece recursos digitais a professores de todo o país. O portal lançado pelo Governo do Estado de São Paulo soma mais de 1.300 objetos de aprendizagem gratuitos como jogos e vídeos.
Produzida pela rede
estadual de SP, portal pode ser usado por usuários de todo o Brasil
Professores,
educadores, alunos e membros da comunidade escolar de todo o Brasil,
interessados em usar a tecnologia em favor da aprendizagem, têm agora acesso
livre aos conteúdos da plataforma Currículo+. Lançada
oficialmente pela Secretaria da Educação do Governo do Estado de São Paulo
(SEE) nesta terça-feira (27), o portal conta com mais de 1.300 recursos
digitais pedagógicos mapeados. O acesso ao conteúdo de vídeos, áudios,
simuladores, infográficos, jogos, aplicativos e outros recursos educacionais
complementares ao ensino é gratuito.
Incluída
como parte integrante do Programa Novas Tecnologias, Novas Possibilidades da
SEE, a plataforma contou com a participação de professores da rede estadual de
São Paulo. Todo o material disponibilizado pelo portal Currículo+ é voltado, prioritariamente, a
docentes e alunos vinculados às escolas estaduais paulistas. No entanto, por
estarem abertos à consulta de quaisquer internautas - não há necessidade de
registro nem de senhas de acesso -, os materiais ali presentes podem ser
aproveitados por todas as redes de ensino do País.
Os conteúdos presentes na
plataforma, contudo, estão articulados com o currículo do Estado de São Paulo.
No entanto, pela proximidade que os assuntos de ensino fundamental e médio têm
nas diversas redes de ensino do país, educadores de outros Estados não terão
dificuldade em encontrar recursos que poderão ser utilizados dentro ou fora do
ambiente escolar.
A maioria
dos materiais presentes no portal já existia na internet. Eles foram criados
por outros produtores de conteúdo. No entanto, coube aos professores da rede
paulista em conjunto com o Instituto EducaDigital e a organização TIC Educa
garimpar e catalogar todos esses Objetos Digitais de Aprendizagem (ODA´s), como
são conhecidos. A criação da plataforma se deu a partir da parceria com a ONG
Inspirare e o Instituto Natura que lançaram no final de 2013 o portal Escola
Digital, que possui proposta semelhante à do Currículo+.
Veja 10
dos recursos mais curtidos na plataforma Currículo+
Diferenciais
O grande
diferencial da plataforma é a busca facilitada permitida pelo portal. De forma
simples e intuitiva, o usuário pode acessar conteúdos a partir de filtros de
seleção por disciplinas, assuntos e séries. Também dá para buscar, de
forma precisa, materiais digitais de apoio à aula que são transversais, ou
seja, são conteúdos que envolvem conceitos relacionados a mais de uma
disciplina. Para quem pretende dar aulas em turmas de educação especial ou para
deficientes visuais e auditivos, por exemplo, haverá opções na plataforma que
poderão ser usadas pelo docente.
Além disso, caso a conexão de internet da escola não seja estável, o
professor pode selecionar pelo Currículo+ conteúdos off-lines, ou seja, materais que podem ser baixados e
utilizados em ambientes de aprendizagem que não possuem conexão com a internet.
Outro diferencial da plataforma é que o professor da rede estadual de
São Paulo, especificamente, não precisa se preocupar com a qualidade do
conteúdo que está disponibilizado no portal. Todos os materiais foram
avalizados pelos técnicos da SEE. Assim, os professores e até os pais podem
orientar seus alunos a frequentarem o Currículo+ para aprofundar conteúdos escolares
trabalhados na sala como dever de casa, por exemplo.
Tecnologia na Escola
Segundo Olavo Nogueira Filho, coordenador do programa Novas Tecnologias,
Novas Possibilidades da SEE, um dos propósitos da plataforma é estimular a
inserção da tecnologia dentro das práticas de ensino da rede. "Com a
tecnologia, a aula pode funcionar de forma mais interessante. O questionamento
que lançamos com o Currículo+ é de como a tecnologia pode realizar
mudanças transformacionais. É muito importante nós começarmos de onde estamos
começando. Todo o conteúdo foi selecionado por uma equipe de 60 professores da
rede que já atuaram em sala de aula e que entendem de currículo", afirma.
Reprodução/TV Univesp
Ocimar Alavarse da
USP diz que a inclusão de recursos digitais por si só "não é
suficiente"
A iniciativa da SEE
é elogiada por especialistas como o professor da Faculdade de Educação da USP
Ocimar Alavarse. "Primeiro eu diria que a incorporação da tecnologia na
escola é uma condição necessária. Ela potencializa o ensino. O professor que não
sabe utilizar a tecnologia precisa aprender a usar", diz. Alavarse,
contudo, destaca que a inclusão de recursos digitais por si só "não é
suficiente para atingir os grandes objetivos da escolaridade".
A diretora do Inspirare Anna Penido têm uma visão semelhante. “O uso dos
objetos digitais de forma articulada com o currículo permite que professores e
alunos aproveitem o enorme potencial da tecnologia para conferir mais
criatividade, interatividade e estímulo aos processos de aprendizagem”, afirmou
Ana na ocasião do lançamento do "portal-irmão" do Currículo+, o Escola Digital.
Divulgação/Udemo
Chico Poli, do
sindicato dos diretores das estaduais, diz que iniciativa da SEE é positiva
A posição de ambos
os especialistas também é compartilhada por Francisco Poli, presidente da
Udemo, o sindicado dos diretores das escolas estaduais de São Paulo. "Tudo
o que puder ser utilizado para o bem do ensino, para a aprendizagem e para
estimular o aluno, como é o caso da tecnologia, deve ser usado. Acredito que a
iniciativa vá funcionar bem. Agora é necessário que haja treinamento para que
os professores possam usar esse material da forma mais eficiente".
De acordo com o coordenador do programa da SEE, já houve um primeiro
curso de treinamento com 2 mil professores da rede. Como a plataforma já estava
aberta há dois meses, os docentes puderem fazer testes e se familiarizar com os
recursos existentes no portal. Mesmo com o lançamento oficial sendo realizado
nesta terça - a partir do treinamento dos professores e o conhecimento da
existência da plataforma por outros docentes da rede -, o Currículo+ já foi visitado mais de 20 mil vezes.
O próximo ciclo de treinamentos com mais profissionais será oferecido de forma
virtual e contará com tutoria. A rede de São Paulo conta com cerca de 230 mil
docentes.
Questionado sobre
as condições de infraestrutura das escolas da rede, Olavo Nogueira Filho
afirmou que outra iniciativa do programa da SEE é dotar as próprias salas de
aula de conexões de internet sem fio. "Abrimos um processo de adesão das
escolas e foram selecionadas 229 unidades que receberão melhorias de
infraestrutura, como instalação de internet wireless, sistema de projeção e
suporte técnico presencial", diz.
Hoje, a maior parte
do uso da tecnologia nas escolas é feita em ambientes similares aos laboratórios
de informática, geralmente uma a duas vezes por semana. Para o diretor da
Udemo, "as escolas de São Paulo já têm uma infraestrutura, que com
pequenas adequações e sem muito custo", será possível as unidades se
beneficiarem da proposta do programa.
Thinkstock/Getty Images
A previsão é que
portal permita cada vez mais trocas de conteúdos por professores de SP
Portal colaborativo
Outra possibilidade prevista pela plataformaCurrículo+ é a possibilidade de professores
sugerirem e compartilharem planos de aulas que utilizam, de forma complementar,
materiais virtuais de aprendizagem presentes na plataforma. Assim, boas
iniciativas, até mais estruturadas e interativas, podem servir de inspiração
para outros docentes realizarem as atividades propostas pelo autor que
disponibilizou o conteúdo no portal.
"Este ano
estamos vivendo o problema da água e estávamos trabalhando com os alunos
exatamente isso. Queria um vídeo, e quando fui procurá-lo encontrei uma série
de sites. Além do vídeo, também selecionei outros materiais e também encontrei
um joguinho que ajudaria os alunos a aprender sobre o tema. Feito isso, acabei
criando um novo conteúdo, um novo plano de aula", afirma Elci Pereira,
professora de Ciências, Física e Biológicas da escola estadual Plínio Barreto,
que fica localizada no bairro do Belenzinho em São Paulo. Elci tem 43 anos e há
25 anos leciona na rede estadual paulista.
"Não tem isso
de gosto ou não gosto. O professor tem que se apropriar da tecnologia. Na minha
área de Ciências, o site oferece dicas bacanas. Com essa possibilidade
colaborativa, quanto mais a gente for postando as aulas mais ricas elas ficarão
e elas ainda poderão ser usadas por outros professores", explica Elci.
Das quatro aulas
por semana que dá para cada grupo de alunos, uma delas é no laboratório de
informática. "Eles gostam muito. Mas não é uma rotina. Também utilizamos o
laboratório de Ciências para fazer experiências e até rodas de conversas",
diz. A professora não participou do treinamento oferecido pela SEE. "A
ferramenta foi apresentada pela coordenadora da minha escola, daí comecei a
conhecer o portal e vi que ele era super fácil", afirma a Elci.
Segundo a SEE, os professores ainda podem participar da plataforma de
outras três formas: interagindo com o portal por meio das opções ‘curtir’ -
vinculada ao Facebook - e pelo espaço reservado aos comentários. Também é
possível compartilhar os conteúdos presentes no site, via e-mail e por outras
redes sociais. Por fim, o usuário ainda pode recomendar um conteúdo próprio ou
outro que esteja disponível na internet. Caso aprovado pelo grupo de
professores que fazem a curadoria do portal, eles
poderão integrar o acervo do Currículo+.