terça-feira, 31 de março de 2015

SP REGISTRA MIGRAÇÃO DO ENSINO NOTURNO PARA DIURNO NO ENSINO MÉDIO


Levantamento inédito feito pela Educação mostra uma mudança no perfil das matrículas no Ensino Médio paulista. Enquanto em 2012, 43% dos alunos estudavam no período noturno, hoje o percentual não ultrapassa os 30% em todo o Estado. Por outro lado, o número de estudantes em salas da manhã aumentou para 70%. A mudança é resultado do esforço em garantir que crianças e jovens estejam na escola na idade e série corretas e que o estudo durante à noite seja destinado prioritariamente aos alunos que precisam trabalhar.

Outra razão para a migração dos alunos para a manhã são as opções de jornada estendida (modelo de tempo integral, cursos de idiomas e formação técnica) e o trabalho de estudo da demanda realizado pelo Departamento de Matrículas da Secretaria. Em números absolutos, o total de matriculados no período matutino salta de 844.392, em 2012, para 1.042.207. No noturno, a queda é de 650.337 para 513.399. A quantidade geral de estudantes no ciclo se mantém estável no período.  
A política de organização do ensino noturno tem surtido efeito nas taxas de distorção idade série, que mensuram o número de alunos defasados no Estado. A média registrada em 2013 é a menor dos últimos quatro anos. A queda foi registrada em todos os anos.

"A realidade de jovens e adultos mudou no País e foi acompanhada pela Educação no Estado de São Paulo. Nossos levantamentos mostram que enquanto 80% dos nossos estudantes desejam dar continuidade aos estudos após a conclusão do Ensino Médio, a minoria dos estudantes que trabalham em paralelo à escola faz isso por necessidade de ajudar os pais em casa", afirma o Secretário da Educação, professor Herman Voorwald. "Por isso, os nossos programas para o jovem precisam atender a  integralidade dos nossos alunos e, simultaneamente, investir para a formação acadêmica e profissionalizante".

Fonte: www.educacao.sp.gov.br / acesso em 31.03.15

quinta-feira, 26 de março de 2015

BOAS PRÁTICAS: COMPROMETIMENTO + DEDICAÇÃO = SUCESSO

Comprometimento com qualidade leva escola a superar índices


O trabalho desenvolvido na Escola Estadual Luiza Bezerra, localizada no município de Juara, no noroeste de Mato Grosso, tem ganhado destaque no cenário nacional pelos bons resultados obtidos. Com mais de 800 alunos matriculados no ensino fundamental, a instituição tem obtido índice zero de evasão escolar desde 2011.
Os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) são outro ponto de destaque da escola. Em 2013, ela obteve 6,7 no Ideb dos anos iniciais (primeiro ao quinto), quando o esperado era 5,8. No Ideb relativo aos anos finais (sexto ao nono anos) o resultado de 5,8 também superou a meta de 5,6.
“O diferencial da nossa escola é o comprometimento com a qualidade da educação, o trabalho coletivo em prol da aprendizagem e o envolvimento com a comunidade”, diz a professora Sibeli Lopes, diretora da instituição. Ela cita ainda a metodologia de projetos, utilizada pela escola há alguns anos.
“O projeto Nossas mãos podem salvar o planeta – Lixo transformado em arte, incluso no projeto político pedagógico (PPP) da escola há mais de cinco anos, trabalha com conceitos de educação ambiental, solidariedade, arte, coordenação motora, conservação do patrimônio público e outros temas interdisciplinares”, explica Sibeli. “Outro projeto que vem dando muito certo há mais de 10 anos é Sala de Leitura, que explora a leitura, a interpretação e a escrita”, ressalta. Os projetos Estudantes Solidários, Apoio Pedagógico e Laboratório de Informática são outros citados pela diretora.
A Escola Estadual Luiza Bezerra foi Destaque Brasil na edição 2013 do Prêmio Gestão Escolar, promovido pelo Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), com apoio do Ministério da Educação, União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), entre outras instituições.
De acordo com Sibeli, a premiação não é resultado de sua gestão apenas, mas de um trabalho coletivo de mais de duas décadas, que envolveu muito compromisso e dedicação por parte dos profissionais da escola. “Nosso trabalho foi e é pautado no PPP da escola e nas legislações vigentes, o que dá maior consistência no fazer educacional”, adianta.
Para 2015, a diretora pretende implementar algumas ações nos projetos já existentes e implantar alguns comitês formados por grupos de alunos e um professor líder, que incluem, entre outros, o comitê de orientação sobre a preservação do patrimônio público. Outro plano é terminar as obras de reforma geral na escola, com a construção de salas para o desenvolvimento das atividades dos projetos.
Professora há cerca de dez anos e gestora desde 2013, Sibeli tem licenciatura plena em matemática e cursa, atualmente, pós- graduação em metodologia da interdisciplinaridade. (Fátima Schenini)

Compreensão e dedicação fazem a diferença na escola

Uma escola no interior do Amazonas é exemplo de excelência na área de educação. Localizada no município de Itacoatiara, a cerca de 270 quilômetros de Manaus, a Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima se destaca mesmo em meio às adversidades enfrentadas por seus estudantes, originários, em sua maior parte, de bairros carentes da periferia e também da zona rural.
Segundo a diretora da instituição, Maria Elzineide do Espírito Santo Farias, a escola é uma das poucas no município que recebem alunos com deficiência auditiva e visual e com distorção idade/série, excluídos de outras escolas devido à reprovação ou à evasão escolar. Além disso, explica, muitos alunos precisam acordar às três horas da madrugada para que possam chegar a tempo na escola. “Nesse contexto, são inúmeras as carências que eles carregam consigo”, avalia. “Procuramos compreender nossos alunos em suas carências, angústias, sonhos e expectativas ou mesmo motivando-os a estabelecer metas para o futuro”, diz.
Com mais de 800 alunos matriculados, a escola desenvolve inúmeros projetos em diversas áreas, tais como o projeto Mexa-se, de ginástica laboral e aeróbica, o projeto Alfabetização sensorial dos alunos cegos, por meio do uso das plantas medicinais, e o projeto Escola Sustentável, para conscientizar os alunos na questão ambiental.
Graças aos recursos do programa Mais Educação, do Ministério da Educação, a escola oferece reforço escolar nas disciplinas de matemática e língua portuguesa, além de aulas de dança, judô e percussão no período do contraturno.
A escola também desenvolve atividades na área dos programas Projovem Urbano e Projovem Campo – Saberes da Terra, do MEC. Eles buscam oportunizar a jovens alfabetizados, de 18 a 29 anos, a escolarização em ensino fundamental, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), de forma integrada à qualificação social e profissional.
A escola foi a vencedora no estado do Amazonas do Prêmio Gestão Escolar edição 2013, promovido pelo Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), quando recebeu o diploma Escola Referência Nacional em Gestão. “Atribuo esta conquista à equipe escolar – professores, funcionários, alunos, pais e comunidade em geral – pela dedicação, competência e ousadia de uma equipe que pensa no resultado do grupo, na conquista em conjunto e que é, acima de tudo, comprometida com uma educação de qualidade”, ressalta a diretora.
Em sua visão, a escola senador João Bosco é guerreira, pois conta com a dedicação de todos os funcionários e demais parceiros para fazer a diferença na vida dos alunos.
De um total de 25 anos no magistério, Maria Elzineide atua há 13 como gestora da escola senador João Bosco. “É uma escola guerreira, pois todos os funcionários e demais parceiros se dedicam para fazer a diferença na vida dos alunos”, avalia.
Ela acredita que a educação é responsabilidade de todo, por essa razão adota a gestão compartilhada e colaborativa. “Todos os segmentos da escola têm vez e voz, podem expor suas opiniões, reivindicar ações e, sobretudo, participar ativamente de todo o processo educacional”, esclarece.
Em 2015, a diretora espera que cerca de nove projetos sejam aprovados pelo Programa Ciência na Escola, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, a fim de incentivar a iniciação científica na escola. Outra meta é dar continuidade aos programas Projovem Urbano e Projovem Campo – Saberes da Terra.
“Nossa pretensão é aprimorar os projetos já vivenciados, aprofundando as ações a serem desenvolvidas, verificando os resultados alcançados, reforçando os pontos positivos e avaliando os negativos a fim de garantir o melhor aprendizado dos alunos”, garante Maria Elzineide. Com graduação em educação física e em biologia e especialização em tecnologia educacional e em gestão escolar, ela cursa, atualmente, mestrado em ciência da educação. (Fátima Schenini)

Diretor explica iniciativas que levaram à conquista de dois prêmios


Diretor há oito anos da Escola Estadual de Educação Básica Augusto Ruschi, no município gaúcho de Santa Maria, Danclar Jesus Rossato viu a instituição de ensino obter o título de destaque estadual no Prêmio de Gestão Escolar em 2009 e em 2013. Criado em 1998, pelo Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), o prêmio é um estímulo à melhoria da gestão e da qualidade do ensino.
“É algo marcante em todo o Brasil, pois não é tão comum a mesma escola receber por duas vezes e sob a mesma direção essa premiação tão importante”, destaca Rossato. Em sua visão, a adoção de medidas como gestão democrática e participativa, descentralização, trabalho em equipe e avaliação periódica da escola contribuíram para os bons resultados. Ele acrescenta à lista a implementação de projetos regionais, como radioescola, jornal, xadrez e jogos de integração, além dos programas federais Escola Aberta para a Cidadania e Mais Educação.
Outros pontos importantes, segundo o diretor, são a realização de parcerias com instituições locais, regionais e estaduais, o emprego eficiente do dinheiro público, a capacitação e a formação de professores e funcionários e o incentivo ao esporte, à cultura e ao uso de tecnologia. “A escola tem dois laboratórios de informática e sistema de internet wi-fi em todas as dependências”, ressalta.
De acordo com Rossato, todos os programas e projetos em execução na escola serão mantidos em 2015. “Também continuaremos trabalhando nossa proposta pedagógica dentro do mesmo complexo temático construído em 2014 — qual é o meu valor?, qual é o seu valor?, quais são os nossos valores?”, explica.
Lideranças — Este ano, Rossato pretende identificar e preparar lideranças para o futuro da escola. “A caminhada educacional não pode parar após nossa gestão”, salienta. “Precisamos dar continuidade e, para isso, é necessário capacitar novas lideranças.” O diretor quer ainda compartilhar com outras escolas as práticas bem-sucedidas de sua gestão.
Com graduação em letras (língua portuguesa), administração de empresas e filosofia, Rossato tem especialização em gestão escolar. A escola Augusto Ruschi atende a cerca de 1,4 mil alunos, matriculados nos ensinos fundamental e médio. Funciona nos três turnos e fica aberta também nos fins de semana para a realização do programa Escola Aberta. (Fátima Schenini)

Saiba mais sobre o Prêmio Gestão Escolar

Incentivo à leitura é foco de programa em escola gaúcha

Valorizar a leitura e desenvolver o gosto dos alunos por essa atividade são os enfoques principais do programa Ensino Médio Inovador desenvolvido pela Escola Estadual de Ensino Básico Poncho Verde, no município gaúcho de Panambi, desde fevereiro de 2014.
Por meio dos projetos de leitura Autor na Escola e Momento Ler, mais de 500 estudantes do ensino médio politécnico, dos turnos diurno e noturno, tiveram oportunidade de ampliar seus conhecimentos e melhorar seu vocabulário, além de preparar a mente para o estudo das disciplinas escolares. O aprofundamento de temas relacionados a preconceito e assuntos do cotidiano e o cultivo do respeito com os autores e suas obras foram outros dos benefícios trazidos.
As primeiras ações começaram em fevereiro, a partir do contato da escola com a editora para a escolha e a compra dos livros e a divulgação do projeto na comunidade escolar. Em seguida, houve a formação de um grupo interdisciplinar e foi feita a entrega das obras aos alunos do ensino médio. No decorrer do ano, a escola foi visitada pelos autores Walmor Santos, Maria Inez Flores Pedroso, Orlando Fonseca e Pablo Moreno.
“O programa Ensino Médio Inovador trouxe benefícios significativos para a escola”, diz a professora de inglês e de língua portuguesa, Carini de Fátima Ribeiro Hinnah. “Os alunos tiveram oportunidade de ganhar obras literárias, bem como de conhecer pessoalmente os autores dos livros que ganharam”, salienta.
Carini explica que a escola se manteve mobilizada para a leitura no decorrer do ano. “Toda a semana, durante 30 minutos, alunos, professores, funcionários e equipe diretiva paravam seus afazeres para a realização do Momento Ler”, salienta. Em sua visão, essa prática trouxe resultados excelentes: “Percebe-se a leitura sendo feita pelo prazer de ler, sem imposição deste ou daquele relatório”, justifica. Com graduação em letras e especialização em linguística e ensino da língua e da literatura, Carini está no magistério há 12 anos.
Segundo a professora de língua portuguesa Sandra Maria Ramos Schmidt, os alunos ficaram mais interessados em ler, estudar e perguntar e melhoraram nas apresentações de trabalhos. “Até os alunos mais tímidos passaram a se expressar melhor”, avalia.
Graduada em letras e há dez anos no magistério, Sandra destaca a apresentação de livros e paródias pelos alunos e a realização da hora da literatura, na qual eles deviam comentar sobre o que estavam lendo, entre as principais atividades desenvolvidas pelo programa.
Para a diretora da escola, Áurea Denise da Costa Menegon, o programa teve muita receptividade, com envolvimento de alunos e professores em todas as atividades propostas. De acordo com ela, o programa também contou com a participação de alunos e professores do ensino fundamental. “Eles se engajaram nas atividades do Momento Ler e na aquisição de livros para a biblioteca”, ressalta.

Há 19 anos no magistério e há oito no exercício da função de diretora, Áurea tem licenciatura plena em biologia e especialização em gestão e supervisão escolar. (Fátima Schenini)


Portal do professor: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=3771