A inovação tecnológica na escola é uma demanda inescapável nesta terceira década do século 21. Substituir o lápis, o caderno e o livro por notebooks e plataformas é, sem dúvida, uma transformação tecnológica, mas ainda não se configura uma inovação se a didática permanecer a mesma. “A inovação efetivamente acontece quando há transformação cultural”, diz Augusto Portugal, diretor técnico da Foreducation Edtech, parceira da Lenovo em projetos nas escolas para o uso da tecnologia digital. Uma das iniciativas da Foreducation Edtech é o apoio ao professor para a utilização da tecnologia Google.
“Ter o computador não é o mais importante, mas sim, saber como a tecnologia pode apoiar didáticas inovadoras”, afirma Portugal.
A transformação cultural se efetiva quando o professor transforma sua prática, redefinindo-a de tal maneira que ela se torna inviável sem o uso da tecnologia. Nesse sentido, um bom exemplo é a dinâmica do trabalho em grupo. Uma situação bastante recorrente é cada aluno fazer um trecho do trabalho; o resultado se torna um “frankenstein” que o professor tem que corrigir. Outra situação completamente diferente é, no Google Docs, os alunos criarem juntos, simultaneamente ou não, numa dinâmica em que a intencionalidade pedagógica é justamente a interação.
Por meio do histórico, o professor consegue averiguar a participação de cada aluno do grupo. Ele conta que recentemente, após o trabalho de formação de professores numa instituição, um estudante de terceiro ano do ensino médio foi categórico em seu depoimento ao abordar a experiência da utilização dessa ferramenta pelo professor e alunos: “Pela primeira vez na minha vida fiz um trabalho em grupo”.
A implantação da tecnologia digital na escola passa por fases importantes. A aquisição de equipamentos é a última decisão, explica Portugal. Antes, é preciso se perguntar qual a intenção do uso da tecnologia, para então definir qual será a utilizada. Define-se também o equipamento, mas ainda não a aquisição. O mais importante é a capacitação dos professores, “é o pulo do gato”, destaca Luís Carlos Carvalho, diretor comercial da Foreducation. Não se trata de simplesmente conhecer as ferramentas, mas como utilizá-las nas práticas pedagógicas, na metodologia aplicada na escola, no dia a dia da sala de aula. A formação não se resume a ensinar a mexer no botão, mas como o professor desenvolverá suas práticas com as facilidades da tecnologia.
Portugal conta que a inovação não acontece a partir da consultoria da Foreducation ou do uso das ferramentas, mas do professor. A incorporação da tecnologia na prática diária do professor envolve a comunidade escolar e efetiva a transformação cultural. Para que isso ocorra, o apoio da instituição é fundamental, oferecendo a formação e a liberdade para inovar: “Não há como inovar sem experimentar, sem erros e acertos. Fazer porque o outro já fez e deu certo não é inovar”, finaliza Portugal.
Os benefícios da tecnologia digital para a educação são inúmeros: “a tecnologia digital substitui as tarefas repetitivas, mas não a sensibilidade e a criatividade”, afirma Cassio Miori, diretor de marketing da Somos Educação. O ensino híbrido é o ideal da transformação digital: “as ferramentas digitais facilitam o trabalho e o professor aproveita ao máximo o tempo presencial para as interações humanas, para o desenvolvimento socioemocional dos alunos e das habilidades do século 21, tarefas que só o ser humano faz”.
A Somos Educação, em parceria com a Foreducation e a Lenovo, oferece o Learning Book, uma solução tecnológica acoplada à plataforma digital de ensino Plurall, também da Somos, para seus colégios como os de sistemas de ensino Anglo, pH e Pitágoras. Por meio dessa plataforma, o professor personaliza exercícios, tarefas, aplica provas diagnósticas, simulados, elabora relatórios de desempenho e acompanha a aprendizagem de seus alunos.
“Com muita facilidade, o professor pode, por exemplo, elaborar listas de exercícios com níveis diferentes de dificuldade e remeter para grupos distintos da turma’’, explica Miori. Também estão disponíveis vídeos, animações, simuladores 3D, laboratórios virtuais da CloudLabs e as ferramentas colaborativas do Google For Education.
A transformação digital não ocorre de forma abrupta, explica Miori, a ideia é que os equipamentos e a plataforma não se convertam em uma pirotecnia digital, mas sim, no impulso para o interesse e o entusiasmo crescentes. Uma transformação importante, detalha Miori, é que o aluno passa a ser o centro do processo de aprendizagem, o protagonista que desenvolve sua autonomia. Cabe ao professor aplicar metodologias ativas de aprendizagem, ou seja, desafiar o aluno, provocá-lo e se posicionar como mediador.
Para esse objetivo, não se altera a metodologia da escola, mas a maneira como ela é aplicada. Um exemplo de técnica didática é a sala de aula invertida: ao invés do professor oferecer o conteúdo e depois desafiar o aluno, o professor faz o inverso, ou seja, desafia o aluno a pesquisar em várias fontes e depois elabora junto o conteúdo.
O equipamento foi item que mereceu atenção especial na concepção do Learning Book. É reforçado para suportar quedas, menos sensível à água e bateria com capacidade para 10 horas. Conta com seguro da Lenovo contra acidentes, garantia do equipamento, pode ser localizado remotamente e está sob controle centralizado de acesso a sites e pesquisas na internet.
Revista educação: https://revistaeducacao.com.br/2022/03/04/tecnologia-digital-escolar/