quinta-feira, 29 de setembro de 2016

DIA DE GELEIA DE AMORA

Alunos colheram as amoras...







...depois, viraram uma deliciosa geleia na receita da Cida...


...que junto com a Silvia, Maria e Silvana, serviram aos alunos...




...sucesso total!!!

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Leitura é a chave do sucesso de escola estadual bem classificada no Ideb 2015

Unidade de ensino ficou entre as cinco melhores escolas dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
SAIBA MAIS
Uma das melhores escolas estaduais do Estado de São Paulo avaliadas no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), a E.E. Professora Nair de Almeida, unidade de Tempo Integral para alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, utiliza a leitura como principal ferramenta de aprendizado e transformação de seus alunos.

Situada no município de Serra Negra, a escola tem inúmeros projetos relacionados ao tema. Um dos destaques são as “sacolas mágicas da leitura”, atividade em que os alunos levam os livros da Sala de Leitura para casa, os leem e contam a história para os outros amiguinhos na sala de aula mas com um diferencial: sem falar o final da história. “O objetivo é fazer com que as outras crianças também queiram ler o livro. A cada semana fazemos a troca dos livros entre os alunos”, afirma Marisa Pietraseza Vadaher, coordenadora da unidade de ensino. 

A atividade também conta com a parceria da empresa Bioleve, que disponibiliza as sacolas para a unidade de ensino. “Nesse projeto utilizamos livros de histórias em quadrinhos, contos, entre outros gêneros”, conclui Marisa.
 

Outro projeto de grande importância é o “desafio dos livros”, no qual cada sala de aula possui uma ficha com dez livros para leitura. A criança que ler primeiro os dez títulos e contar para as professoras e coordenadoras ganha um prêmio.
 

Boa colocação no Ideb

O foco na leitura também rendeu à escola boa colocação no Ideb, divulgado no dia 8 de setembro pelo Ministério da Educação (MEC). Com percentual de 8,3 a escola estadual ficou entre as cinco primeiras colocadas entre as unidades que atendem os Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
 

“Foi um conjunto de fatores que ajudaram nesse desempenho. Estamos fazendo um trabalho a longo prazo. Além do Ideb, também estamos crescendo muito no
 Idesp”, revela Claudia Cristina de Oliveira Costa, diretora da escola estadual. 

Números gerais 

São Paulo foi o primeiro Estado a ocupar o ranking dos três ciclos avaliados pelo Ideb. De acordo com os resultados, a rede estadual paulista aparece na 1ª posição na análise do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 3ª série do
 Ensino Médio.

Nos Anos Iniciais (1º ao 5º do fundamental), São Paulo ocupa a liderança isolada da faixa, passando de 5,7 em 2013 para 6,4 em 2015. A média é superior à meta estabelecida pelo Governo Federal para o ano de 2019, que é de 6,3. Nos Anos Finais (6º ao 9º do fundamental), mais uma conquista importante: os alunos da rede estadual paulista avançaram de 4,4 para 4,7.

No Ensino Médio, ciclo que reúne a maior quantidade de alunos da rede estadual e os maiores desafios dos educadores de todo mundo, São Paulo também apresentou crescimento na média. Os estudantes saíram de 3,7 para 3,9.
14/09/16

domingo, 18 de setembro de 2016

Professor no Brasil ganha 50% da média paga em países ricos

Remuneração é pior no ensino fundamental e melhora no superior; País, no entanto, supera nações da OCDE em investimento público
Professores que lecionam para os anos iniciais do ensino fundamental no Brasil ganham menos da metade do salário médio pago aos docentes dos 35 países-membros da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE). Enquanto a remuneração dos profissionais brasileiros é de R$ 40,7 mil por ano, nas nações da OCDE um professor do mesmo nível recebe, em média, R$ 105,5 mil.
A discrepância é apontada na versão mais recente do relatório Education At a Glance, que traz um estudo comparativo sobre índices educacionais entre 41 países – 35 da OCDE e 6 parceiros. O detalhamento dos dados foi apresentado nesta quinta-feira, 15, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação (Inep/MEC).
O documento mostra que em países como Alemanha, Suíça e Luxemburgo professores da primeira etapa do ensino básico têm salários iniciais superiores a R$ 148 mil por ano. Ainda assim, o chefe da divisão de Inovação e Progresso da OCDE, Dirk Van Damme, afirma que a remuneração dos docentes é menor do que a de outros profissionais com nível similar de formação – padrão que se repete em praticamente todo o mundo. “Esse panorama contribui para a falta de atratividade à profissão”, disse.
No universo de docentes do ensino superior, a situação melhora em todos os países. O salário médio anual dos professores universitários variou de R$ 89 mil, na Eslováquia, a R$ 439 mil, em Luxemburgo. O Brasil fica no “meio-termo”, com R$ 135 mil por ano. 
Investimento público. Entre 2005 e 2013, a proporção de gastos públicos para a educação diminuiu em mais de dois terços dos países analisados pela OCDE – mas, no Brasil, em um dos poucos dados animadores para o País, aconteceu o contrário. A média da OCDE é de 11%, mas o governo brasileiro superou esse índice ao dedicar pelo menos 16% do gasto público total ao setor, ficando atrás apenas de México e Nova Zelândia. 
A proporção do PIB brasileiro aplicado na educação foi de 5,2% em 2013, posicionando o País no mesmo patamar dos outros 40 analisados pela OCDE. O investimento por aluno no ensino básico, porém, continua insatisfatório. No nível médio (com índices de desempenho estagnados há quatro anos, é considerado um dos pontos mais problemáticos da educação brasileira), o Brasil é o terceiro que menos gasta – “ganha” apenas da Colômbia e da Indonésia. Cada aluno custa ao País R$ 12,7 mil por ano. 
No ensino superior, o Brasil se recupera e gasta 3,5 vezes mais: R$ 44,7 mil anuais por aluno. Neste quesito, supera 19 países analisados pela OCDE.
Nem-nem. O Brasil está no topo do ranking em relação ao número de jovens entre 20 e 24 anos que não estão estudando: 75%. Embora seja um dado preocupante, a pesquisa mostra que mais da metade desses jovens está trabalhando e 57% já concluíram o ensino médio (50%) ou superior (7%). 
Quando se analisa uma faixa de idade maior (entre 15 e 29 anos), o relatório conclui que 20% dos brasileiros fazem parte da chamada “geração nem-nem”, expressão que designa aqueles que não trabalham nem estudam. O índice é maior que a média registrada pela OCDE em 2014, que ficou em 15%.
Outro dado brasileiro que chama a atenção é que o País também é “campeão” em disparidade salarial relacionada ao gênero, apesar de ter tido uma pequena evolução em relação ao relatório de 2015. 
Ano passado, o documento mostrou que o salário médio de uma mulher brasileira com educação superior representa apenas 62% do de um homem com a mesma escolaridade. Neste ano, representa 65%. Ou seja, a cada R$ 100 que um homem ganha, a mulher recebe R$ 65.

Fonte: http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,professor-no-brasil-ganha-50-da-media-paga-em-paises-ricos,10000076286

sábado, 17 de setembro de 2016

O espaço físico da escola é um espaço pedagógico


"A escola é uma das nossas moradas e deve ser preservada para acolher bem os alunos, no presente e no futuro"
Terezinha Azerêdo Rios (gestaoescolar@novaescola.org.br)

A palavra ethos foi usada pela primeira vez entre os gregos para designar a morada dos homens, o local no qual eles se reuniam e se protegiam dos perigos a que estavam expostos na natureza. Abrigar-se é algo próprio dos animais.

Entretanto, enquanto os humanos transformam sua moradia de maneira intencional, planejada, fazendo mudanças com base em um projeto e dando uma cara própria a sua casa, o mesmo não ocorre com os demais - nesse caso, é a natureza que estabelece a maneira como eles irão modificá-las.

Para além do determinismo da physis (palavra grega que significa "natureza"), os humanos criam o ethos, que, em um segundo momento, passa a representar, além do abrigo, o conjunto de produtos culturais que identifica um grupo, uma comunidade e uma sociedade. No sentido literal ou figurativo, o ethos é a casa do homem e, portanto, necessita ser preservado. Mas são muitas as nossas casas. Uma delas é a escola que, embora seja diferente do espaço em que vivem os que a frequentam, exige deles o mesmo cuidado. E cuidado deriva de respeito, o princípio fundamental da ética. Respeitar implica reconhecer o outro e a existência junto com ele num tempo e local específicos.

O ambiente escolar - como um espaço público no qual grande parte de nossas crianças e jovens passam seu tempo - é um dos lugares que permitem exercitar tal convívio. A estrutura física da escola, assim como sua organização, manutenção e segurança, revela muito sobre a vida que ali se desenvolve.

Os educadores têm pensado na organização desse espaço? O trabalho educativo não se limita à sala de aula, mas, se a configuração desse ambiente for acolhedora, poderá contribuir para tornar mais prazeroso o trabalho que ali se faz. Serão assim as nossas salas de aula? Pensarão os gestores nesses assuntos ou os deixarão em segundo plano, envolvidos que estão com as chamadas "questões pedagógicas"? Ora, o primeiro passo para se envolver com os aspectos relacionados ao espaço físico é considerá-los pedagógicos. É aí que a dimensão ética se articula com a estética, de modo estreito.

Escola bonita não deve ser apenas um prédio limpo e bem planejado, mas um espaço no qual se intervém de maneira a favorecer sempre o aprendizado, fazendo com que as pessoas possam se sentir confortáveis e consigam reconhecê-lo como um lugar que lhes pertence.

Hoje falamos muito sobre sustentabilidade. Apontamos o dever ético, comum a todos os seres vivos, de cuidar da casa que habitamos no presente, de forma a preservá-la para que se mantenha efetivamente acolhedora para aqueles que vierem depois. A Terra é nossa morada, temos uma responsabilidade planetária.

Nas escolas, procura-se fazer um trabalho de conscientização, apontando os riscos e danos a que estaremos expostos se não estivermos atentos às questões relacionadas à exploração do meio ambiente e às intervenções que podem provocar sua destruição.

Os educadores devem empenhar-se na tarefa de despertar uma consciência crítica em relação ao cuidado com o planeta. Contudo, essa preocupação só terá sentido se partir da atenção com o espaço mais restrito, que é o do país, da cidade e da casa. Da casa que é a nossa escola.

Terezinha Azerêdo Rios
É graduada em Filosofia e doutora em Educação


http://gestaoescolar.org.br/espaco/espaco-fisico-escola-espaco-pedagogico-630910.shtml

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

TRABALHO COM CARTÃO-POSTAL

Alunos do 6º B, Profª Cássia estão trabalhando com Cartões-postais. Abaixo, o Diretor Edson recebeu das mãos dos alunos 1 unidade, Outros gestores e funcionários também receberam.





TRABALHO COM CARTÃO-POSTAL

Alunos do 6º B, Profª Cássia estão trabalhando com Cartões-postais. Abaixo, o Diretor Edson recebeu das mãos dos alunos 1 unidade, Outros gestores e funcionários também receberam.




quarta-feira, 14 de setembro de 2016

MAIS AMOR POR FAVOR

Toda crítica é destrutiva.
Uma terapeuta uma vez disse isso. Mas não engoli de primeira.
Passei anos trabalhando em agências de propaganda e recebendo críticas. Tive chefe que rasgava o papel quando não gostava da ideia. Ou os muitos papéis. Mas dizem que as primeiras ideias nunca são as melhores, então eu me acostumei. Até que com os anos aquilo começou a me parecer muito mais destrutivo do que qualquer coisa. A sensação de nunca fazer o suficiente é vazia e sem frutos. Então o meu chefe na época fez um curso de snowboarding e claro muito mais caía do que ficava de pé. Na volta do final de semana caindo e levantando ele me falou: Cris, você tem razão. As críticas são destrutivas. Se o professor não tivesse ficado o tempo inteiro me incentivando, eu teria desistido.
Todos nós fomos alimentados nossa vida inteira com críticas. Pratos de “dá isso aqui, se não você vai estragar tudo”, “como você é burro”, “isso é coisa de menina?”, “você não sabe fazer nada direito”, “sua magrela”, “sua gorducha”, “você é o único menino que não está se comportando aqui”, “que coisa feia”.
Tenho uma pessoa muito querida na minha vida que sofre de um grave distúrbio alimentar porque quando criança sofreu bullying por ser “gordinha”. É muito triste isso, gente. Milhares de pessoas têm a vida limitada em nome de uma auto estima tão baixa que é destrutiva.
Talvez as palavras tenham mais importância do que a gente imagina.
Umas das palavras que mais me deixam triste quando eu leio nos e-mails das leitoras desse blog é “obrigada por me ajudar, porque eu não tenho ninguém para conversar”.
Então eu queria pedir uma coisinha. Vamos tentar passar 10 dias sem criticar ninguém, sem julgar. Como disse Santo Agostinho: “Necessitamos um do outro, para sermos nós mesmos.” Vamos enxergar as pessoas à nossa volta. Cumprimentar, ser simpático, ouvir. Porque essas mulheres que me escrevem dizendo que estão desesperadamente sozinhas, com certeza estão passando por alguém mas não estão sendo vistas. E quando começam a falar recebem logo uma crítica, uma palavra agressiva ou uma palavra passivo/agressiva como “Mas você não se valoriza?”, “Eu não aceitaria isso”, “Você está pedindo, né?”.
Ninguém está triste porque quer. Não acredito que bebê chora de manha, que criança fica triste para chamar a atenção. Acredito que a energia do amor da mãe que pega o bebê no berço no meio da noite é capaz de elevar a energia daquele ser que está precisando mais. O bem vence o mal, como dizia o He-Man. ; )
Só que ninguém dá o que não tem. É assim sendo mãe, é assim sendo filha, sendo amiga. A gente precisa gostar primeiro da gente para conseguir gostar de outra pessoa. É preciso parar de se criticar o tempo todo, para conseguir conversar sem criticar o outro também. É preciso calar aquela voz que sempre te coloca para baixo, que sempre espera o pior. Seus maiores medos podem nunca acontecer. Pessimismo não é realismo. Hoje, dia 11 de Setembro a gente pode lembrar das 4 mil pessoas me morreram no atentado de NY e agradecer por ter chegado até aqui. Agradecer tudo o que já foi conquistado. E aumentar o som da paixão, do sonho, daquilo que é positivo e consegue fazer aquela voz crítica ficar baixinha – do jeito que ela merece.
Pensando em tudo isso, encontrei essas afirmações no livro Hands Free Life da Rachel Macy Stafford que me parecem um belo exercício de faxina interna para seguir esse caminho. O que segue é a minha tradução.
Leia com calma. Passe para as pessoas queridas que estão precisando de menos críticas e mais amor.
  • Hoje eu me liberto das palavras agressivas que carrego comigo por muito tempo. Eu não sou o meu passado. Eu não sou a opinião dos outros. Eu não estou tão longe que não possa ser resgatada. Eu sou forte. Eu sou resiliente. Eu sou um sobrevivente. Hoje eu paro de olhar a distância que preciso percorrer e olho para o longe que já consegui chegar.
  • Hoje eu me liberto da culpa sobre minhas escolhas pobres e as oportunidades que perdi. Escolher me repreender todo dia por coisas que eu não posso mudar está apenas roubando os meus dias. Aqueles que eu prejudiquei já me perdoaram. Está na hora de eu perdoar a mim mesmo. Está na hora de amar a mim mesmo.
  • Hoje eu me liberto da ideia errada de que o que aconteceu foi minha culpa. Não foi minha culpa. Eu foi a vítima ali, mas eu não vou continuar sendo a vítima agora. Eu mereço a felicidade… a paz… e a liberdade. Eu não vou deixar ninguém tirar outro dia da minha vida preciosa.
  • Hoje eu me liberto da dor e da insegurança. Eu não vou deixar isso ditar a minha vida. Eu não vou deixar isso me impedir de fazer o que o meu coração está pedindo. Talvez eu só consiga segurar essa certeza por cinco minutos. Talvez minhas mãos fiquem tremendo. Talvez minha voz saia baixinho, mas hoje eu vou levar minha história… minha paixão… minha arte… minhas ideias para o mundo e para a luz.
  • Hoje eu me liberto do julgamento. Eu vou treinar os meus olhos para reconhecer que eu estou fazendo a coisa certa. Eu vou me honrar quando eu estragar tudo. Afinal eu sou apenas um ser humano. E me horando, eu honro as pessoas que eu amo. Eu não quero passar o tempo tão ocupada me julgando que fico impossibilitada de amar a mim mesma.
  • Hoje eu me liberto da pressão de ser perfeita. Perfeição não é possível e eu estou destruindo meu espírito por tentar manter essa fachada. Hoje eu vou deixar alguém conhecer o meu verdadeiro eu. Eu vou admitir minhas verdades mais duras, minhas cicatrizes mais doloridas, até se essa pessoa for eu mesma. Hoje eu vou parar de gastar tanto tempo polindo o lado de fora e começar a curar o lado de dentro.
  • Hoje eu me liberto da necessidade de ter tudo resolvido. As coisas não estão onde eu gostaria que estivessem, mas isso não significa que nunca vão estar. Hoje eu renuncio a necessidade de criar um resultado específico e confio que tudo vai dar certo na hora certa. Talvez vai ser ainda melhor do que eu planejei.
Por um final de semana e mais dias cheios de amor e encontros verdadeiros.
Cris Leão

O jardim de infância é mais importante que a faculdade

O jardim de infância é mais importante que a faculdade



Desde que a gente nasce, ouve os pais falando que temos que estudar, pois quem não estuda não é ninguém e por aí vai. Eu pelo menos ouvi muito. Hoje a coisa vai além. Uma criança mal nasce e os pais (eu e você, no caso) já estão fazendo planos para a faculdade. Sim, sim, é importante. A gente sabe. Mas ao mesmo tempo cresce o número de jovens que eu conheço que tem optado por caminhos profissionais em que a faculdade não importou muito ou, pior, que já está no terceiro curso e mesmo assim não está satisfeito. A tal da insatisfação crônica comum em nossa época… Bem, se meu filho vai fazer faculdade eu realmente não sei. Se ele vai ser arquiteto, cineasta ou jogador de futebol é uma incógnita. Mas tenho uma certeza: ter feito um bom jardim de infância fez diferença. Os primeiros sete anos de vida são decisivos na vida. É nesse período que se forma muita coisa, entre elas todos os órgãos do corpo,  os dentes que teremos para o resto da vida, em que se forma nosso sentimento básico em relação ao mundo, ou seja, aquele sentimento a respeito do mundo que vai nos acompanhar para sempre, amém. E que você só vai mudar, se precisar, com muita terapia e dedicação. Pode ser medo, pode ser segurança, pode ser outra coisa. Se nesse período nossas crianças tiverem um desenvolvimento sadio, com espaço para brincar, se forem acolhidas em suas necessidades básicas e emocionais, aí se tem uma base forte para qualquer que seja a escolha profissional lá na frente.
Por acaso, na minha rua havia um jardim de infância Waldorf quando meu filho era pequeno (hoje tem dois na mesma rua, olha que milagre!). Não vou defender essa pedagogia como o único caminho para que uma criança passe bem por essa fase: ainda são poucas as escolas e custam um preço que não está ao alcance de todos. Mas, ao dar uma grande importância para o primeiro setênio, a pedagogia Waldorf traz reflexões importantes para quem está procurando onde colocar seu filho e, mais do que isso, para mostrar que o que se faz nessa fase da vida é essencial para o que virá a seguir. E que podem servir a você, não importa qual seja sua escolha. É disso que vou falar aqui.
O primeiro passo em direção ao mundo lá fora – A recomendação da escola Waldorf é que a criança entre no jardim aos 3 anos ou depois disso. Nem todas as famílias têm estrutura pra esperar todo esse tempo  e é a vida. Mas também muitas mães acham que os filhos “pedem” para ir para a escolinha. Pode até ser. Mas eu gosto da explicação: é que só nessa idade a criança estaria preparada para interagir com o mundo que vai além do papai, da mamãe, dos irmãozinhos e da vovó. Mesmo que o pequerrucho adore ir pra rua, brincar com outras crianças, lembre-se que a mamãe, a vovó ou, em muitos casos, a babá querida, estão por perto. Aos 3 anos é que aparece, pela primeira vez, aquele impulso que se faz mais forte aos 9 anos, de encarnação do EU, segundo a antroposofia, de uma certa individualidade. Não por acaso, é nessa idade que as crianças começam a falar…eu! Antes elas se referem a si mesmas em terceira pessoa (“a Gabi quer comer”, “Pedrinho quer brincar”). Aos 3 anos o sistema nervoso está mais maduro e esse eu, essa individualidade, pode usá-lo como instrumento de comunicação, de crescimento. A criança, então, percebe que ela e o mundo são coisas diferentes. A mãe já não é uma extensão dos seus desejos e necessidades. E isso é lindo de se ver. Eu amo os três anos. Mas listei aqui algumas reflexões que consideraria importante se fosse escolher uma escolinha para o meu filho hoje, caso ele ainda estivesse na primeira infância. O que explico porque coloquei mais energia nisso do que colocarei na hora em que tivermos que escolher a faculdade.
Desenvolvimento da espiritualidade – Não é religião, não, mas as escolas que cultivam a espiritualidade trazem riqueza para a vida infantil. As festas do ano, a chegada da primavera, os pequenos rituais, como acender uma velinha na sala, ao começar o dia, uma canção de gratidão por acordar e estar disposto, a árvore de Natal enfeitada, uma lanterna para se carregar na festa de São João. Essas coisas que despertam em nós a conexão com o que é divino no mundo e em nossa própria alma. É aos 3 anos que nasce na criança uma admiração pelo mundo lá fora. Admiração que, se for bem cuidada, se manifesta como veneração frente aos milagres cotidianos. As flores têm sóis dentro delas, alguém pintou o céu de laranja e roxo, cai neve porque Dona Ôla está sacudindo seu edredom de penas lá em cima. Nunca devemos estragar essa veneração enfiando conceitos científicos logo cedo nessas cabecinhas. O melhor é deixar essa fantasia belíssima fluir e até cultivá-la. E esse é um cuidado que eu observaria, caso estivesse escolhendo um lugar para deixar meu filho, mesmo que por poucas horas do dia. Mas pode ser um cuidado de cada família com seu bem mais precioso também.
Nessa época se desenvolve sentimentos que nos acompanharão para sempre: Esse é o conceito que rege os primeiros sete anos da educação Waldorf, mas também outras pedagogias.  Qualquer um pode fazer isso em casa! Como é importante que a criança desenvolva sua confiança no mundo, sua capacidade de amar, de sentir-se segura, de se adequar a essa beleza que começa a perceber. Todo o ensinamento, tanto em casa quanto na escola, deve ser guiado para mostrar à criança um mundo bom. Ah, claro, tem gente que vai dizer que não quer o filho criado em uma redoma. Calma, há um tempo pra tudo. Você não vai deixar um mamadeira do lado do bebezinho que acabou de nascer pra ele mamar sozinho, vai? É por aí. Tudo a seu tempo. Até os 7 anos, as crianças não aguentam ser expostas à violência da TV, dos videogames, da vida. Não precisam saber que a água do planeta está acabando. E nem que aconteceu um massacre na favela. Isso \ assusta e agita uma alminha que está chegando agora nesse mundo louco. O mundo também é bom, minha criança. A vovó te ama. A professora te ama. O papai te ama e te protege. E você merece ser protegida daquilo que não é tão bom assim. É um cuidado, um carinho, um gesto de proteção lindo que podemos dar aos nossos filhos, independentemente da escola que escolhermos.
Formação dos órgãos e criatividade – Durante os primeiros sete anos, a maioria dos órgãos (ou a semente que os originará), se forma. E, como sabemos, não nasce jacarandá se plantarmos uma sementinha de maçã. Mesmo o que não se vê está ali, com os dentes, que se formam até os 7 anos, no máximo. Gritos, falta de ritmo, sustos. Tudo isso vai influenciando essa formação. O mesmo acontece com a criatividade. Se a criança tiver espaço (e não digo estímulo de brinquedos eletrônicos ou excesso de estímulo intelectual) e acolhimento, se tiver exemplos e inspiração, sentirá segurança para desenvolver os dons que trouxe à Terra. Mais tarde, essa segurança será a base para um trabalho criativo e satisfatório.
Segunda a antroposofia, a educação é o que cura, o que traz saúde. Acho que um bom jardim de infância garante boa parte dessa saúde, física e emocional, que levaremos para a vida E aí, quando ele chegar na faculdade, estará preparado para o que vier depois dela. Boa sorte com suas escolhas, pais e mães, e muita saúde para seu pequenino.
Por Fabi Corrêa


terça-feira, 13 de setembro de 2016