Como os pais podem ajudar na educação de seu filho?
Para abordar este tema, os pais, de alunos do 6º ano, foram recebidos pela Coordenação Pedagógica e professores. Abaixo a síntese do conteúdo:
A
qualidade da escola brasileira começa dentro de casa. Quando os pais estimulam
o aprendizado e participam da vida escolar, as crianças se alfabetizam com
facilidade, obtêm notas melhores, permanecem por mais tempo no sistema de
ensino e alcançam renda superior na idade adulta.
O desafio do 6º ano
O
ministro Aloizio Mercadante afirmou no ano passado que uma das suas maiores
preocupações é o 6º ano do Ensino Fundamental. Trata-se de um momento dramático
na vida dos estudantes brasileiros. É quando eles passam a ter um professor por
disciplina e a estudar uma série de matérias novas. Tudo muda de uma hora para
outra, e o resultado é o aumento das taxas de reprovação. Nessa fase, com a
conquista de autonomia por parte do adolescente, os pais em geral já se
afastaram da rotina escolar. Isso é um erro. Esse é um dos momentos em que eles
precisam estar mais presentes e atuantes, para garantir que seus filhos não fiquem
para trás.
Autonomia não significa abandono:
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Lembre-se de que acompanhar a vida escolar do filho, mesmo quando ele já é
bastante autônomo, não significa pagar mico.
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Pergunte, com real interesse e disposição para ouvir, como foram às aulas, o
que foi ensinado e o que ele achou de mais interessante.
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Olhe os cadernos e os livros. Verifique se há anotações e se os exercícios
propostos estão completos e corrigidos.
Seja presente na escola:
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Participe das reuniões e solicite oportunidades para conversar com os
coordenadores.
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Tente conhecer todos os professores.
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Esteja presente em festas e apresentações.
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Confie na escola ou troque seu filho de colégio.
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Caso seu filho esteja com dificuldades, pergunte ao professor como você pode ajudar.
Dê
apoio nos novos desafios
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O 6º ano representa um momento de desafios e novidades: um professor por
disciplina, novas matérias, conteúdos mais complexos e aprofundados.
__Organização
do estudo mais independente, com menor supervisão do professor. Além disso,
coincide com a entrada na adolescência.
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Ensine seu filho a separar o material para as aulas e a deixar a mochila pronta
com antecedência.
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Converse sobre o que ele achou dos novos professores e mostre que é possível
lidar com os diferentes perfis, do mesmo jeito como ele lida com amigos
distintos.
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Ajude-o, especialmente no começo, na organização do tempo dedicado às tarefas e
trabalhos.
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Mudanças bruscas no humor e no comportamento são comuns ao entrar na adolescência.
Nesta fase, é essencial criar um ambiente de respeito mútuo e espaço para o
diálogo.
A lição de casa também é assunto seu:
Por
mais difícil que seja encarar a tarefa depois de um dia de trabalho, todo pai
tem a obrigação de dedicar tempo e oferecer apoio à lição de casa do filho.
Essa atenção pode ser decisiva para um bom rendimento escolar. Pesquisas
mostram que as crianças que fazem o tema aprendem mais, têm notas melhores e se
tornam mais seguras.
Entenda seu filho:
Uma
grande ajuda na hora da lição de casa é saber o que motiva e o que desanima seu
filho. Ele gosta que você fique por perto ou prefere privacidade?
Defina regras:
Converse
com seu filho e estabeleçam como será a rotina para a lição, onde será feita e
em qual horário.
Organize o lugar:
Escolham
juntos o local onde a lição será feita. Garanta que o espaço esteja arrumado e
limpo.
Acabe com a distração:
Desligue
a televisão e o rádio e tente eliminar ou diminuir outros sons que atrapalhem a
concentração.
Fique de olho na disposição:
Na
hora da lição, seu filho precisa estar bem disposto. Não pode estar cansado,
com fome, irritado, distraído.
Respeite o momento:
Todos
em casa devem saber que a lição está sendo feita e contribuir, evitando
interrupções e barulhos desnecessários.
Auxilie em caso de dúvidas:
Se
seu filho tiver uma dúvida, ajude-o. Mas não responda por ele. Sugira que ele
procure exemplos parecidos.
Ocupe-se com coisas parecidas:
Enquanto
ele faz contas, que tal dar uma olhada no orçamento? Se ele vai produzir um
texto, aproveite para fazer alguma anotação.
Incentive-o a rever a lição:
Olhar
a lição de novo depois de terminada é uma boa prática. Se ele pedir para você
rever com ele, valorize o esforço e não aponte diretamente os erros. Caso
encontre coisas incorretas e perceba que ele tem condição de localizar o erro,
estimule-o. Elogie se ele encontrar o problema e jamais brigue se isso não
ocorrer.
Veja se a lição foi corrigida:
A
falta de correção da lição pode desestimular. O aluno pode entender que de nada
valeu tanto esforço. Caso isso se repita, é interessante conversar com o
professor ou com o coordenador.
Elogie os acertos:
Seu
filho acertou todos os exercícios da lição passada? Ele merece que você lhe dê
parabéns. Mas se errou muitos, nada de briga. Pergunte se, com a correção do
professor, ele entendeu por que errou. Se a resposta for negativa, estimule- o
a tirar dúvidas. Caso a dificuldade seja frequente, o melhor é ir até a escola
para identificar onde está o problema.
Seja um pai educador:
Uma
das melhores maneiras de colaborar com o trabalho escolar é dar-se conta de que
educação não é só aquilo que a escola oferece.
Dê o exemplo:
Se
você quer que seu filho seja gentil, responsável e carinhoso, deve dar o
exemplo.
Não negocie o inegociável:
As
crianças tendem a pedir tudo o que veem. Mesmo que você tenha poder aquisitivo,
aprenda a dizer não e a limitar os mimos. Isso dará a seu filho a noção de que
as coisas não caem do céu.
Seja firme e coerente:
Não
é suficiente dizer para a criança se comportar. Isso é abstrato demais. Diga
quais comportamentos são esperados e quais são reprovados.
Dê tarefas domésticas:
A
partir do momento em que seu filho aprende a caminhar, pode começar a assumir
algumas pequenas tarefas, como guardar os brinquedos. Com o tempo, pode
colaborar de outras formas, como arrumar a mesa das refeições. Isso deixa a
criança feliz, porque ela se sente participante.